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Vôlei de Praia

Multicampeão, Emanuel revisita legado no vôlei de praia e projeta favoritismo brasileiro em Paris 2024

<p>Josimar Oliveira/CBC</p>

Josimar Oliveira/CBC

Ex-jogador falou sobre experiência fora das quadras e viu um novo paradigma na formação de atletas

É impossível falar do vôlei de praia brasileiro sem lembrar de Emanuel Rego. Campeão olímpico, ele se aposentou há sete anos, mas segue ativo no esporte, mas fora das quadras, “ajudando o esporte de outras maneiras”. Assim, o paranaense falou sobre o seu legado nas areias, sobre a formação de atletas no vôlei de praia, e, claro, sobre suas expectativas para Paris 2024, vendo um favoritismo brasileiro.

Na carreira, Emanuel foi tricampeão mundial e ganhou uma medalha olímpica de cada cor: ouro em 2004, prata em 2012 e bronze em 2008. Além disso, ele ainda detém diversos recordes, sendo o maior campeão da história do Circuito Mundial, com 10 temporadas ganhas, e da história do vôlei de praia, com 155 títulos ao todo.

O legado no vôlei de praia

Emanuel Rego falou com o Click Esportivo durante o Fórum Estadual de Formação Esportiva, realizado pelo Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), no Recife, na última quarta-feira (22). O ex-jogador, que vem desenvolvendo trabalhos fora da quadra desde a aposentadoria, em 2016, falou sobre a responsabilidade de ser considerado uma referência para o esporte nacional.

“Eu tentei conseguir resultados para o Brasil, para que o vôlei de praia fosse reconhecido mundialmente através dos atletas brasileiros. Acho que, nesse momento, eu continuo sendo uma motivação para mostrar que são modelos que podem ser repetidos. Os atletas brasileiros têm a competência, a capacidade de repetir modelos e continuar na evolução, como os europeus imitaram um pouco o sistema brasileiro de fazer, acho que por isso que eles tiveram sucesso”.

Assim, ele se disse feliz por ter deixado um legado para o vôlei de praia nacional, citando alguns de seus parceiros históricos. “Então, acho que a minha satisfação é ter o sentimento que eu, o Ricardo (Santos), o (José) Loiola, o Zé Marcos, deixamos um legado para essa nova geração, que eles podem ir. E eu gostaria que eles conseguissem seguir isso e trazer várias outras alegrias para o povo brasileiro através do vôlei de praia”.

Ricardo e Emanuel, do vôlei de praia, com medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos Atenas 2004

Ricardo e Emanuel formaram uma das duplas mais emblemáticas da história do vôlei de praia mundial – Divulgação

O vôlei de praia em Paris 2024

Apesar dos exemplos de sucesso, o vôlei de praia brasileiro vem de um momento complicado: a Olimpíada de Tóquio, em 2021, foi a primeira sem nenhuma medalha brasileira nas areias. Emanuel lembrou desse momento. “Houve realmente uma quebra de expectativa para Tóquio. Mas, também, no masculino houve trocas de duplas muito em cima da hora, foram só sete meses antes da Olimpíada, então houve dificuldades para a gente ter duplas fortes”.

Ainda assim, Emanuel se mostrou mais otimista para Paris 2024, principalmente na disputa feminina. “Agora, para este ciclo de 2024, eu acredito que nós temos pelo menos uma chance muito grande, com a Duda e a Ana Patrícia. Acho que esse é o foco de todo brasileiro, vamos apoiá-las”. Líderes do ranking mundial, Duda e Ana Patrícia foram vice-campeãs mundiais e ouro no Pan-Americano, ambas as disputas em outubro deste ano.

Entre os homens, a melhor dupla do Mundial parou nas quartas, com Pedro Solberg e Guto, #17 no ranking mundial. Na sequência, George e André, #5 no ranking, garantiram o ouro no Pan. Nessa disputa, Emanuel se mostrou menos confiante. “Vai ser um efeito surpresa, porque nos últimos dois anos, as duplas não conseguiram performar no circuito internacional tanto quanto dentro do Brasil. Então, acho que no masculino, a gente tem que confiar na tradição do Brasil para trazer esse resultado nas Olimpíadas”.

O trabalho de formação

Além do ouro no Pan-Americano e da melhor classificação brasileira no ranking mundial, outra coisa liga Duda/Ana Patrícia e André/George: o trabalho nos clubes. Atualmente, elas são apoiadas pelo Praia Clube, de Uberlândia (MG, estado natal de Ana), enquanto eles fazem parte do Clube Campestre, de Campina Grande (PB, estado natal de George).

Na visão de Emanuel, isso é símbolo de uma mudança na estrutura nacional do vôlei de praia. “O sistema nacional utiliza muito os clubes para formação de atletas. Eu acredito que, aos poucos, isso está acontecendo também com o vôlei de praia, que está se adaptando a esse sistema. As melhores duplas do Brasil, tanto no masculino, quanto no feminino, já fazem parte do sistema de clubes”.

O Campestre, inclusive, garantiu três medalhas na última etapa do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, realizada no último fim de semana, em João Pessoa. Além disso, o clube recebeu, também no fim de semana, o Campeonato Brasileiro Interclubes Sub-19, torneio realizado pelo CBC e disputado por atletas representando clubes de todo o país.

Esse trabalho, que Emanuel classificou como “ótimo”, faz parte de algo que ele vê como uma nova alternativa para o desenvolvimento de novos talentos nas areias brasileiras. “Já é impacto do sistema de clubes através da CBC. Então, isso já demonstra que é uma saída para o esporte continuar evoluindo, através do sistema de clubes”.

O pós-carreira

Aposentado há sete anos, Emanuel falou sobre como vem sendo a experiência fora das quadras. “A vida esportiva é um ciclo. A gente começa na formação, passa pela carreira e depois tem o encerramento. Mas eu sempre almejei, após minha carreira dentro das quadras, tentar ajudar o esporte de outras maneiras“.

Assim, ele atuou como diretor de esportes olímpicos do Fluminense e secretário nacional de esportes. Hoje, ele é embaixador do esporte do Banco do Brasil, membro do Colegiado de Direção do CBC e da Comissão de Fortalecimento do Voleibol da Federação Internacional (FIVB).

Ele explicou um pouco sobre “Eu passei por várias áreas e, agora, como embaixador do CBC, busco fazer com que consigamos dar mais oportunidades para clubes formarem mais atletas. Acho que a missão é essa agora, sempre ajudar mais o esporte”, afirmou o curitibano de 50 anos.

André Heller, Lars Grael e Emanuel Rego em evento do Comitê Brasileiro de Clubes

Emanuel (D) esteve com André Heller (E) e Lars Grael (C) em evento do CBC – Josimar Oliveira/CBC

Taxista Emanuel

Aproveitando que estava no Recife, Emanuel ainda contou uma história curiosa na cidade, durante a preparação para a Olimpíada de Atlanta, em 1996. Naquele tempo, ele formava dupla com o paraibano Zé Marco e treinava em João Pessoa, cidade para a qual voltavam após um torneio na África do Sul.

“O voo atrasou e a gente perdeu a conexão em São Paulo. Ficamos a tarde inteira esperando e a Varig falou que tinha um voo para o Recife. A gente chegaria mais ou menos 1h30 da manhã, ou iria para João Pessoa no dia seguinte. A gente estava cansado do campeonato, da viagem e aceitamos. Chegamos ao Recife e fomos procurar um taxista. Lembro até hoje, era um Monza vinho”, relembrou o campeão olímpico.

“Zé Marcos foi para o banco de trás e começou a dormir. Quando a gente estava chegando perto de Goiana (em Pernambuco, a 64km do Recife e a 58km de João Pessoa), eu olhava pro motorista e ele com sono, caindo pro lado. ‘Meu amigo, quer que eu dirija?’ Ele olhou para mim e disse ‘tá bom’. Eu entrei, cansado, mas dirigi. Quando chegou em João Pessoa, o Zé Marcos levantou assustado: ‘oxe, o que tá acontecendo?’ São pequenas coisas que ficam marcadas e são inesquecíveis”.

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