Apelido de jogador de futebol: dos clássicos aos mais criativos

Além do talento nato, o apelido de jogador é algo muito presente aqui no Brasil. Confira algumas alcunhas históricas e até engraçadas.

Um apelido é uma maneira informal de se referir a uma pessoa, local ou acontecimento, que está muito vinculada à relação de afetividade que é estabelecida, podendo assumir uma conotação positiva ou negativa.

Dentro do universo esportivo, o apelido tem a função, muito adotada pela mídia, de diferenciar determinado atleta, em meio à infinidade de companheiros de profissão, mas também de estabelecer um vínculo dele com a torcida do seu clube.

Manuel Francisco dos Santos, Arthur Antunes Coimbra e Edson Arantes do Nascimento, por exemplo, talvez não sejam nomes tão familiares aos nossos ouvidos. 

Mas Garrincha, Zico e Pelé são alcunhas marcadas na história do esporte brasileiro.

Neste artigo, o Click Esportivo vai garimpar os melhores, mais importantes e mais criativos apelidos do futebol mundial. Você vai ficar por dentro das principais histórias e curiosidades que fazem parte dessa cultura tão significativa para a identidade nacional.

O papel do apelido na cultura do futebol

Criados pela imprensa esportiva, por companheiros de equipe, pela torcida ou mesmo trazidos desde a infância, os apelidos são parte fundamental da cultura do futebol brasileiro.

Muitas vezes os atletas passam a ser mais conhecidos pelo termo informal associado a eles do que pelo seu nome de registro.

A adoção de um apelido por vezes se vincula diretamente à performance daquele jogador, mas também pode ser originado por causa de características físicas, local de origem ou algum feito memorável realizado em sua carreira.

Apesar de não ser exclusividade do Brasil, no futebol nacional os apelidos ganharam uma importância diferenciada, responsáveis por aproximar ainda mais os jogadores da torcida.

A crescente profissionalização, porém, não vem enxergando com bons olhos a presença da informalidade, que sempre foi uma realidade presente no chamado “futebol raiz” que predominava na chegada do esporte ao Brasil. 

Inspirados no futebol europeu, cada vez mais os clubes induzem os seus atletas a adotar o nome composto de batismo, numa tentativa de transmitir maior seriedade.

Apelidos mais conhecidos no futebol mundial

A história do futebol mundial, especialmente o brasileiro, pode ser contada também através dos apelidos. 

Alguns engraçados, outros pejorativos ou mesmo carinhosos, cada alcunha também conta uma parte da história do seu dono.

Confira os apelidos mais famosos do universo do futebol:

Pelé: 

O Rei do Futebol é também responsável pelo apelido mais conhecido do mundo. Batizado Edson Arantes do Nascimento, se transformou em Pelé ainda na infância, quando foi rebatizado pelos colegas de rua.

Apaixonado por futebol desde cedo, o pequeno Edson era fã de um goleiro chamado “Bilé” e gritava seu nome sempre que fazia uma defesa. 

Sem entender a pronúncia, os amigos acabaram adotando o nome “Pelé”, que depois se eternizaria.

Garrincha: 

Um dos maiores jogadores do mundo, Manoel Francisco dos Santos se transformou em Garrincha ainda na infância, quando sua irmã o batizou em referência a um pássaro de mesmo nome.

Sua aparência física, com uma distrofia de nascença que resultou em tamanhos diferentes de suas pernas, e os dribles desconcertantes pelos quais ficou conhecido renderam ainda o apelido de “Anjo das Pernas Tortas”.

El Divino Manco: 

O jogador uruguaio Héctor Castro, autor do último gol na vitória da Seleção Uruguaia na final da Copa do Mundo de 1930, não possuía uma das mãos, em razão de um acidente sofrido aos 13 anos.

A deficiência rendeu a Castro o apelido de “Divino Manco”, que o acompanhou por toda a vitoriosa carreira no futebol, chegando a se tornar treinador do Uruguai após a aposentadoria. 

Santillana: 

O atacante espanhol Carlos Alonso González sempre foi mais conhecido pelo nome da cidade onde nasceu, Santillana del Mar. 

Jogou por 17 anos no Real Madrid, além de ter passagens pela Seleção Espanhola.

Nos tempos do Real, fez parte da geração de atletas apelidada de “La Quinta del Buitre”, que conquistou diversos campeonatos nacionais pelo clube merengue, ficando guardado na memória da torcida madrilenha.

Zico: 

O craque Arthur Antunes Coimbra teve diversos apelidos ao longo de sua carreira como jogador de futebol. 

Logo na infância, ganhou o apelido de Zico de uma prima, sendo uma espécie de diminutivo carinhoso para o seu nome.

Já nos primeiros passos no futebol, recebeu no Flamengo a alcunha de “Galinho de Quintino”, em referência ao local onde nasceu e seu porte franzino. 

Foi chamado ainda de “Pelé Branco”, em razão da habilidade com a bola nos pés.

Do futebol ao dia-a-dia: apelidos imortalizados

O futebol está plenamente integrado ao nosso cotidiano, entrelaçado, em maior ou menor grau, por todas as manifestações sociais e culturais brasileiras.

A homenagem do cantor Jorge Ben Jor ao atacante João Batista de Sales é uma amostra de como o esporte é capaz de influenciar a música popular brasileira.

O imortalizado apelido Fio Maravilha, evocado na canção de mesmo nome, lançada em 1972, surgiu após uma jogada brilhante que terminou com um golaço contra o clube português Benfica, na disputa do Troféu Internacional do Rio de Janeiro.

A música acabou vencendo o Festival Internacional da Canção daquele ano, virando um grande sucesso nacional que atravessou gerações.

Outro atleta a ter o seu apelido imortalizado na mente do povo brasileiro, desta vez por causa da indústria alimentícia, foi Leônidas da Silva, o Diamante Negro.

Considerado o melhor jogador da Copa do Mundo de 1938, Leônidas virou a inspiração para a marca Lacta batizar o seu novo chocolate, lançado no ano seguinte.

O termo vinculado ao craque surgiu por causa do destaque no futebol, tendo entre os seus feitos a popularização da “bicicleta” enquanto jogada, além de ser o primeiro jogador a ser vendido a um clube de outro país.

Para ver os donos de outros apelidos curiosos em campo, fique ligado nas notícias do Click Esportivo.